R$6,00
Ver mais detalhes
Atenção, última peça!
Entregas para o CEP:
Meios de envio
Calcular
Não sei meu CEP
Descrição

usado!

capa dura, com sujidade e desgastada. com rabiscos na página de rosto. editora formar. 1973. 208 páginas (amareladas e quase soltas). a ilustre casa de ramires, publicado em 1900, apresenta duas narrativas ao mesmo tempo: a primeira é a vida do fidalgo gonçalo mendes ramires, o protagonista; a segunda, a de trutesindo mendes ramires, um antepassado.a forma encontrada por eça para entremear essas duas histórias foi muito inteligente: o próprio gonçalo escreve uma novela intitulada a torre de d. ramires. o objetivo de gonçalo, ao escrever a novela, é sua promoção política na velha aldeia de santa irenéia. deveria assim, publicá-la nos anais de literatura e história, a convite de seu amigo josé lúcio cavalheiro, diretor dessa revista.desse modo, o leitor vai tomando conhecimento da vida de trutesindo mendes ramires: ele assistira à morte de seu próprio filho, no alto de sua torre, e tramara depois uma vingança cruel contra os culpados. o modo como gonçalo narra sua novela faz lembrar os estilos de garrett, alexandre herculano e rebelo da silva, ficcionistas românticos voltados epicamente para o passado.em oposição a estes estilos, a ação atual, isto é, a vida de gonçalo, na aldeia de santa irenéia, é mais leve, evidenciando-se a ironia de situações. assim, enquanto na novela a torre de d. ramires trutesindo defende a casta familiar até as últimas conseqüências, na vida real gonçalo subverte-se por interesses políticos. aproxima-se de andré cavaleiro, governador civil do distrito (contra quem escrevera artigos denunciando seu dom-joanismo e despotismo), mesmo sabendo que ele cortejava sua irmã, gracinha, esposa de josé barrolo (apelidado de bacoco).gonçalo está consciente de que sua dignidade está perdida e busca a salvação: o casamento com ana lucena, viúva rica e bonita, embora neta de carniceiro e irmã de assassino.mas isso não era problema: o mesmo tinha acontecido com relação aos seus ascendentes... com o dinheiro do casamento, restituiria à velha torre seu esplendor de outras eras. mas também aí não encontrou uma saída fácil: seu amigo tito (na verdade amante da viúva) confidenciou-lhe que a escolhida tinha ou tivera um ou mais amantes, razão suficiente para afastar as pretensões do fidalgo.gonçalo adotou então uma atitude mais positiva: agride camponeses que o destrataram (anteriormente fugira de um deles), mostra a carta anônima que barrolo recebera (mas não compreendera) à irmã gracinha e exige que ela ponha fim aos encontros com o governador. agora, com a consciência equilibrada, tudo parece encaminhar-se bem: é recebido na assembléia como vencedor de uma batalha ilustre, recebe visitas, telegramas e notícias em jornal de lisboa. é possível então terminar a novela de seus antepassados. o reconhecimento popular leva-o ao cargo de deputado; já o reconhecimento oficial dá-lhe o título de marquês de treixeiro: recebe-o como paga dos favores que o governador andré cavaleiro recebera de sua irmã.

obs: nossa análise obedece a critérios subjetivos/temporais. estão sujeitos a mudanças de percepção conforme examinador e/ou tempo de prateleira.

(controle interno livro 22)